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O ESTUDO É A CURA

sábado, 17 de abril de 2010

VOCÊ SABIA??

Na gíria popular, é comum dizer que um imóvel de péssima qualidade não passa de uma “cabeça-de-porco”. Muitos jovens não sabem, mas o termo surgiu no final do século 19 e era o nome do maior cortiço do Centro do Rio de Janeiro, com quase 4 mil moradores. O Cabeça-de-Porco foi abaixo em 26 de janeiro de 1893, por determinação do então prefeito Barata Ribeiro. Precursores das favelas, os cortiços eram a única opção de moradia dos mais pobres, especialmente de escravos recém-libertos, num Brasil que dava os primeiros passos rumo à industrialização. Eram locais insalubres e, acreditava-se, verdadeiros focos de doenças habitados por marginais e prostitutas, as “classes perigosas”.

Expulsos dos cortiços, e sem ter para onde ir, os pobres subiram os morros da cidade para construir suas casas. Nascia a favela, contraditoriamente com o apoio do próprio poder público. Em 1903, o decreto municipal n° 391 proibia terminantemente os cortiços, mas tolerava a construção de “barracões toscos nos morros que ainda não tivessem habitações”. De lá pra cá, as favelas se multiplicaram no país e o problema habitacional só vem se agravando.

O resultado é que hoje comunidades como a Rocinha ou Complexo do Alemão estão crescendo verticalmente. Onde antes havia apenas barracos, começam a surgir prédios de até seis andares. Aqueles que não podem pagar pelos altos preços dos aluguéis se abrigam onde podem: debaixo de pontes, viadutos ou perto de linhas de trens. É o caso das favelas do Arará e do Jacarezinho, onde as casas estão a apenas 30 centímetros da linha férrea. São os “excluídos dos excluídos”. Apesar das péssimas condições habitacionais, muitos moradores de comunidades carentes não pensam em deixá-las.

Fonte: Júlio Lopes



Cortiços, antigamente chamado de cabeça-de-porco 

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